Na última quinta-feira, dia 03/12/2009 foi o dia da certificação dos alunos da 2ª etapa do TOPA - Todos pela Alfabetização. A pouco tempo entrei na equipe da coordenação do TOPA e não imaginava a grandeza do programa.
Mas o que quero compartilhar aqui com vocês foi a emoção que senti neste evento, não só como integrante deste programa mas também como brasileira.
Todos vocês devem ter ouvido falar de dona Enedina (a garota propaganda do TOPA), uma jovem senhora de apenas 100 anos que só agora teve a oportunidade de "conhecer as letras" como ela mesma diz. Dona Enedina que mora em Ilhéus tem uma história muito sofrida e com poucas, para não dizer nenhuma oportunidade nessa vida, assim como muitos brasileiros, principalmente os nordestinos. E com 100 anos essa mulher, que é um verdadeiro exemplo para todos nós que estamos apenas iniciando a nossa batalha, resolveu entrar na escola na primeira oportunidade que lhe deram, embora pareça tardia, para finalmente poder aprender a ler e escrever. Hoje dona Enedina pode finalmente ler e escrever sem ajuda de ninguém. Para muitos isso pode ser muito pouco, mas acreditem, para alguém que durante 100 anos da sua vida nunca teve acesso ao ensino básico, com certeza a sensação é como ser cego a vida toda e depois de muitos anos poder enxergar.
Outro exemplo é sr. Ubaldo de apenas 106 anos, ele está se alfabetizando também e é mais um exemplo de perseverança e orgulho para todos nós.
Tive a oportunidade de conhecer pessoalmente os dois centenários e mais 600 alfabetizados pelo TOPA, cada um com sua história que daria um livro.
Não estou aqui fazendo campanha política por se tratar de um programa do governo, mas sim compartilhar com todos esses exemplos de superação que pude ver de perto. Acredito que o governo está fazendo apenas a sua obrigação, elegemos o governador para que ele trabalhe e é isso que ele deve fazer. Mas é certo que quando se tem um olhar voltado e um trabalho sério para acabar ou pelo menos diminuir o analfabetismo terá sempre pessoas com esperança mesmo que praticamente no fim da sua vida para aprender a ler e escrever.
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